Lucas Neto, soldado da Polícia Militar, ficou mais de 20 horas preso após suposto desacato em hospital militar; defesa pede investigação. Foto: Reprodução/via NCS Total |
Um soldado da Polícia Militar (PM), Lucas Neto, foi detido durante uma consulta médica no Hospital da Polícia Militar (HPM) na última quarta-feira, 18 de junho, em São Paulo. A prisão ocorreu após ele, supostamente, ter se dirigido ao médico capitão como "você", o que foi interpretado como desrespeito, conforme o boletim de ocorrência obtido pelo g1 e republicado pelo NCS Total.
Versão da defesa
Os advogados de Lucas Neto, Fernanda Borges de Aquino e Mauro Ribas Junior, divulgaram o caso nas redes sociais, argumentando que o soldado estava no hospital na condição de paciente, e não em serviço ou em subordinação hierárquica.
Neto buscou atendimento no HPM para tratar um deslocamento no ombro, necessitando de cirurgia. Devido a relatos anteriores de desrespeito por parte de médicos militares para com seus subordinados, o soldado solicitou que sua advogada, Fernanda Borges de Aquino, o acompanhasse durante a consulta.
Segundo a defesa, a advogada tentou gravar a consulta em áudio ou vídeo, mas foi impedida. Em seguida, o próprio soldado iniciou uma gravação de áudio. No entanto, o capitão médico Marcelo Cavalcante Costa teria ordenado que ele parasse de gravar. Foi neste momento que Neto teria questionado a ordem, supostamente usando a forma de tratamento "você", o que levou à sua prisão em flagrante.
Desdobramentos pós-prisão
Após a prisão, a advogada acionou Mauro Ribas Junior, que compareceu ao hospital. Ele teve acesso às gravações feitas pelo soldado e solicitou uma investigação à corregedoria da PM, pedindo apuração por denúncia caluniosa contra o médico capitão e por falso testemunho contra dois tenentes.
A defesa informou que houve contradições nos depoimentos das testemunhas antes do relaxamento da prisão de Neto. O soldado foi liberado após mais de 20 horas detido.
Posicionamento da Polícia Militar
Em nota enviada ao g1, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) confirmou a prisão. A PM informou que "um policial militar foi preso em flagrante durante atendimento médico realizado no Hospital da Polícia Militar por infração ao Código Penal Militar (Artigo 160). Ele foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes (PMRG)".
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