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| Intitulada "Eu Sou", a obra é feita de "ar e espírito". Foto: Reprodução/Instagram/Salvatore Garau/via CNN Brasil |
Uma obra de arte conceitual do artista italiano Salvatore Garau está novamente nas manchetes e viralizando nas redes sociais, dois anos após ter sido vendida em um leilão por cerca de R$ 87 mil (aproximadamente 15 mil euros). A "escultura", intitulada "Eu Sou" (Io Sono), não possui qualquer forma material e existe, segundo o criador, apenas na mente do comprador e é composta de "ar e espírito".
A obra, leiloada originalmente em 2021, ressurgiu na conversa global de internet após uma publicação viral do influente perfil britânico Pubity, que soma mais de 40 milhões de seguidores no Instagram. A repercussão reacendeu o debate sobre os limites e o valor da arte contemporânea.
Para o artista, a ausência de forma é a essência da criação. Garau defende que "o nada também é arte" e que "Eu Sou" cumpre seu papel ao provocar percepção, reflexão e "incômodo" no observador.
Apesar de ser imaterial, a "exposição" da obra requer um espaço físico. Segundo o artista, o comprador deve alocá-la em um espaço vazio de 1,5 por 1,5 metro, livre de obstáculos, onde a energia e a densidade de pensamentos se concentrariam, criando a escultura.
O comprador que arrematou a peça recebeu um certificado que comprova a aquisição. O documento descreve a obra como "Escultura imaterial para ser colocada em um espaço livre de qualquer obstáculo. Dimensões variáveis, aproximadamente 200 x 200 cm. Obra acompanhada de certificado de autenticidade emitido pelo artista. Obra registrada sob o número IM5. Procedência: coleção particular, Milão. Estimativa: 12 mil - 16 mil euros."
"Eu Sou" não é a primeira incursão de Garau no campo da arte imaterial. O artista já apresentou obras anteriores com a mesma proposta, incluindo “Buda In Contemplation” e “Afrodite Piange”, solidificando sua posição na arte conceitual onde a ideia, e não a matéria, detém o valor.
O caso de Garau se junta a outros exemplos polêmicos na arte moderna que desafiam as noções tradicionais, reacendendo a discussão sobre o que de fato constitui uma obra de arte.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br