O custo escondido da cortesia com a IA: Economia e meio ambiente

Cada palavra de cortesia gera mais consumo de energia e poluição. Foto: Ilustração

Quando dizemos "por favor" ou "obrigado" a um chatbot como o ChatGPT, estamos adicionando palavras que demandam maior processamento computacional, maior consumo de energia elétrica e, consequentemente, mais custos financeiros.

De acordo com a MIT Technology Review, cada requisição a um modelo como o GPT-4 custa entre US$0,01 e US$0,10, como destacado pelo Migalhas. E cada palavra extra na solicitação eleva esse custo, tanto em termos monetários quanto ambientais. O valor pode parecer insignificante individualmente, mas, considerando os milhões (ou bilhões) de interações diárias com esses sistemas, o impacto se torna significativo.

Menos palavras, mais eficiência

Pesquisas da Stanford University (2023) indicam que mensagens mais longas aumentam o tempo de resposta em até 20%. Já a Google DeepMind constatou que comandos curtos são 30% mais eficientes. A Bloomberg também revelou que assistentes como Alexa e Siri já utilizam otimizações para evitar respostas longas, economizando US$50 milhões por ano.

Ser educado com a IA não afeta apenas o bolso; tem também um custo ambiental. Estamos não só gastando mais dinheiro, mas também contribuindo para maiores emissões de carbono.

O Impacto Ambiental da IA

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) alerta que a expansão de data centers que hospedam servidores de IA gera lixo eletrônico e consome grandes quantidades de água – um recurso cada vez mais escasso. Para produzir um computador de 2 kg, são necessários 800 kg de matérias-primas, segundo o relatório "Navegando Novos Horizontes", elaborado em parceria com o International Science Council.

Além disso, os microchips que alimentam a IA dependem de elementos de terras raras, frequentemente extraídos de forma ambientalmente prejudicial.

"Ainda há muito que não sabemos sobre o impacto ambiental da IA, mas alguns dos dados que temos são preocupantes", afirma Golestan (Sally) Radwan, Diretora Digital do PNUMA. "Precisamos garantir que o efeito líquido da IA no planeta seja positivo antes de implantarmos a tecnologia em escala."

O dilema: Cortesia humana vs. a sustentabilidade da IA

Uma pesquisa do Pew Research Center, divulgada pelo TecMundo, mostrou que 54% dos usuários de assistentes virtuais utilizam expressões de cortesia, refletindo nossa tendência natural de manter a civilidade, mesmo no mundo digital.

O segredo esta no equilíbrio. Foto: Ilustração/redes sociais

O desafio, portanto, está em equilibrar a educação instintiva com a otimização da comunicação, reduzindo o impacto ambiental sem perder a humanidade na interação. Cada palavra conta – não apenas na resposta da IA, mas também no mundo real, onde os efeitos se materializam em custos financeiros e ambientais.

Fonte: www.unep.orgwww.migalhas.com.brwww.tecmundo.com.brwww.unep.org

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