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| Aeronave 787 Dreamliner da Boeing foi lançada em 2011. Foto: Ilustração/Getty Image/via BBC Brasil |
O avião. Para muitos, a materialização da fobia; para outros, o ápice da conveniência moderna. Mas há um fato incontestável que muitas vezes se perde em meio ao pânico de alturas e espaços confinados: o avião é, estatisticamente, um dos meios de transporte mais seguros do mundo.
Digo isso mesmo com as trágicas notícias que nos chegam. Ontem mesmo, um Boeing 787 da Air India caiu em Ahmedabad, na Índia, matando mais de 240 pessoas entre passageiros, tripulantes e quem estava no solo. É um lembrete cruel de que nenhum veículo está imune a falhas. No entanto, é curioso como, apesar de sua segurança comprovada, o avião ainda seja o único a nos causar arrepios tão profundos. Talvez seja como aquela velha máxima que me contaram uma vez: "o carro encontra um buraco na estrada, mas o avião, o buraco lhe acompanha na viagem". A sensação de falta de controle é avassaladora.
Mesmo em meio a tragédias como a da Air India, histórias de sobrevivência desafiam as probabilidades. O único passageiro a escapar desse voo estava sentado na poltrona 11A. Coincidência ou destino? O mesmo assento ocupado por Ruangsak Loychusak, o único sobrevivente de outro acidente aéreo em 1998. Segundo o portal Terra, a saída de emergência foi a sua salvação.
Mas e as estatísticas? Elas importam. E nos dão uma luz sobre como, mesmo em cenários catastróficos, a sorte pode ter um certo endereço. Uma pesquisa de 2015 da revista Time, que analisou 35 anos de acidentes aéreos registrados pela Agência Federal de Aviação dos EUA, trouxe dados fascinantes sobre as chances de sobrevivência em diferentes partes da aeronave:
- 32% para passageiros sentados na traseira;
- 39% para os que estavam no meio;
- 38% para os que viajavam na parte da frente.
E se você pensa que janela ou corredor não fazem diferença, pense de novo:
- Os assentos do meio da fileira, especialmente na parte traseira, tinham a menor taxa de mortalidade: 28%.
- Já as poltronas mais letais seriam as do corredor na parte do meio da cabine, com uma taxa de fatalidade de 44%.
Claro, estatísticas são isso: estatísticas. A taxa de sobrevivência em um acidente aéreo depende de uma infinidade de fatores, das causas do incidente à forma como ele se desenrola. Mas, no fim das contas, saber que há lugares ligeiramente "melhores" para sentar pode ser um pequeno consolo para quem ainda sente um frio na barriga antes da decolagem.
Ainda assim, da próxima vez que você estiver subindo a rampa para o avião, lembre-se: apesar do medo, você está entrando em um dos ambientes mais controlados e seguros já criados pela engenharia humana. E talvez, só talvez, escolha um assento no meio da fileira, lá no fundão. Vai que, né?
Fonte: www.bbc.com, www.terra.com.br, www.terra.com.br
