Conforme noticiado pelo UOL, o Observatório Vera Rubin, localizado no Chile, divulgou na última segunda-feira (23) as primeiras imagens do espaço profundo captadas por seu telescópio — a maior câmera digital do mundo. As fotos revelam galáxias multicoloridas e regiões de formação estelar, marcando um avanço significativo na astronomia.
Após mais de duas décadas de desenvolvimento, este gigantesco telescópio, financiado pelos Estados Unidos, iniciou suas operações no topo do Cerro Pachón, uma localização privilegiada no centro do Chile. A escuridão e o ar seco da região oferecem as condições ideais para a observação cósmica.
Uma das primeiras e mais impressionantes imagens divulgadas pelo Observatório Vera Rubin é uma composição de 678 exposições, capturadas em apenas sete horas. Ela revela a Nebulosa Trífida e a Nebulosa Laguna, ambas localizadas a milhares de anos-luz da Terra, brilhando em tons vibrantes de rosa contra um fundo vermelho-alaranjado. Essa fotografia excepcional expõe com um nível de detalhe inédito essas estruturas, que são consideradas berçários estelares dentro da Via Láctea, mostrando características que antes eram sutis ou até mesmo invisíveis.
Além disso, outra imagem oferece uma vista panorâmica do aglomerado de galáxias de Virgem, ampliando nossa compreensão sobre as vastas estruturas do universo.
Equipado com um telescópio avançado de 8,4 metros e a maior câmera digital já construída, o Observatório Rubin conta ainda com um potente sistema de processamento de dados para lidar com a vasta quantidade de informações que coletará.
No final deste ano, o observatório dará início ao seu projeto principal: o Legacy Survey of Space and Time (LSST). Durante a próxima década, ele escaneará o céu todas as noites, detectando até as mudanças mais sutis com uma precisão sem precedentes.
Desvendando os mistérios da matéria escura e energia escura
O observatório foi nomeado em homenagem à astrônoma americana Vera C. Rubin, uma figura pioneira cuja pesquisa forneceu a primeira prova conclusiva da existência da matéria escura. Essa substância misteriosa não emite luz, mas exerce uma poderosa influência gravitacional sobre as galáxias.
Além da matéria escura, o universo é composto pela energia escura, uma força igualmente enigmática e incrivelmente poderosa que, acredita-se, impulsiona a expansão acelerada do cosmos. A matéria e a energia escuras, juntas, constituem 95% do universo, mas sua verdadeira natureza permanece um dos maiores mistérios da ciência.
Uma ferramenta poderosa na caça a asteroides
Uma iniciativa conjunta da Fundação Nacional de Ciências e do Departamento de Energia dos Estados Unidos, o Observatório Vera Rubin também é considerado uma das ferramentas mais eficazes já criadas para o rastreamento de asteroides.
Em apenas 10 horas de observação, o Rubin já descobriu 2.104 asteroides não identificados anteriormente em nosso Sistema Solar, incluindo sete objetos próximos à Terra – todos eles sem risco de colisão. Para se ter uma ideia do impacto, todos os outros observatórios terrestres e espaciais juntos descobrem aproximadamente 20.000 novos asteroides por ano.
Fonte: noticias.uol.com.br
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